(Im)polidez linguística e preservação de face em uma sessão plenária do Supremo Tribunal Federal
DOI:
https://doi.org/10.18364/rc.2024n66.1369Palavras-chave:
Polidez, Impolidez, Preservação da faceResumo
Este artigo objetiva descrever e analisar a ocorrência de (im)polidez e de estratégias de preservação da face em uma sessão plenária do Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro, nomeadamente em interação entre os ministros Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso. Como metodologia, é um trabalho qualitativo que adota o método de análise da conversa, com enfoque descritivo e interpretativista. Para tanto, fundamenta-se em pressupostos de teorias da polidez, a partir de autores como Brown e Levinson (1987), Goffman (1978) e Culpeper (2011), entre outros. A análise dos dados aponta que, em espaços formais públicos, como o plenário da mais alta corte do país, lugar que exige certo rigor linguístico e comportamental próprios da esfera jurídica, as interações se valem fortemente de estratégias de (im) polidez e de preservação da face. Sendo esse um espaço de resolução de conflitos, os discursos nem sempre cumprem a impessoalidade, clareza, concisão, formalidade e uniformidade esperadas.
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