Gaspar da Índia: o língua e o Brasil quinhentista
DOI:
https://doi.org/10.18364/rc.v1i57.328Resumo
A partir dos fundamentos teórico-metodológicos da Historiografia Linguística (SWIGGERS, 2012; KOERNER, 1996), tecemos uma narrativa meta-historiográfica para descrição e análise dos relatos sobre o língua Gaspar da Índia, intérprete que veio na esquadra de Pedro Álvares Cabral ao Brasil, em 1500 (LIPINER, 1987). Nosso intuito é buscar identificar o perfil dos intérpretes e o pensamento linguístico derivado das expedições na era das navegações, no período que vai entre o final do século XV e o início do século XVI em Portugal. Analisamos como se deu a tentativa de contato linguístico inicial com comunidades linguísticas autóctones no processo de constituição da América portuguesa, relatado na Carta de Caminha (TEIXEIRA, 2019). Por fim, evidenciamos o contexto cultural e linguístico em que se inseriram as navegações, assim como a influência da educação humanística no processo de globalização quinhentista dos descobrimentos, posterior à etapa empírica (KALTNER, 2011).Downloads
Referências
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