Anchieta gramático: a ecologia do contato de línguas na América portuguesa e os fonemas [b] e [p] mediais e finais na língua tupinambá
DOI:
https://doi.org/10.18364/rc.2024n66.1343Palavras-chave:
Gramaticografia, Linguística Missionária, TupinologiaResumo
Consiste o artigo em estudo historiográfico sobre a Arte de gramática da língua mais usada na costa do Brasil, cujo autor foi o missionário e humanista S. José de Anchieta (1534-1597). O estudo tem como tema a descrição do gramático quinhentista dos metaplasmos relacionados aos fonemas [b] e [p] mediais e finais na língua tupinambá, um dos temas do segundo capítulo de sua gramática missionária (ANCHIETA, 1595; ZWARTJES, 2011). Nossa investigação apoia-se na fundamentação teórica da Historiografia da Linguística, pelos modelos de Konrad Koerner (1996) e de Pierre Swiggers (2013), e interdisciplinarmente na Ecolinguística (COUTO, 2007), pelo conceito de ecologia de contato de línguas, para a análise da descrição gramatical. Como método de trabalho com o corpus selecionado empregamos a Crítica Textual, utilizando três edições: a editio princeps de 1595, a tradução alemã de Platzmann, a Grammatik der Brasilianische Sprache de 1874, e a edição mais recente de Armando Cardoso de 1990.
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