Não sei onde está a preposição (de) que a oração relativa precisa: as estratégias de relativização no português popular de Fortaleza sob a ótica variacionista
DOI:
https://doi.org/10.18364/rc.2021n61.484Parole chiave:
Estratégias de relativização. Sociolinguística Variacionista. Falar popular. NORPOFOR. Fortaleza-CE.Abstract
Com base nos pressupostos teórico-metodológicos da Sociolinguística Variacionista, este trabalho objetiva analisar a variação das estratégias de relativização na fala popular fortalezense. Os dados analisados foram extraídos da fala de 54 informantes em entrevistas sociolinguísticas do tipo DID (Diálogo entre Informante e Documentador), pertencentes ao banco de dados Projeto Norma Oral do Português Popular de Fortaleza (NORPOFOR). Em nossa amostra, encontramos um total de 883 ocorrências de orações relativas, havendo sobressaliência da estratégia de relativização cortadora em comparação à estratégia padrão. Para a estratégia cortadora, as variáveis beneficiadoras foram função sintática do pronome relativo (complemento relativo e adjunto adverbial), tipo de oração relativa (restritiva), preposição regida pelo verbo/nome (de e com) e traço semântico ± definido do antecedente (–definido). Chegamos à conclusão de que o fenômeno em tela apresenta caráter altamente sistêmico, ou seja, sua variação é governada sobretudo por fatores linguísticos, que sinalizam peculiaridades do falar popular fortalezense.Downloads
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