O papel do conector aliás na articulação de argumentos e na construção de imagens identitárias
DOI :
https://doi.org/10.18364/rc.2022n62.512Mots-clés :
conector aliás, argumentação, debate eleitoral.Résumé
Procedemos, neste trabalho, ao estudo dos usos do conector aliás no último debate eleitoral da campanha à Presidência da República do Brasil, ocorrida em 2018, investigando o modo como as onze ocorrências do conector constantes do debate auxiliam na articulação e hierarquização de argumentos, na defesa de pontos de vista e na construção de imagens identitárias pelos candidatos. A perspectiva teórica que seguimos é a da Semântica da Enunciação (ou Pragmática integrada). No debate, identificamos dois usos do conector, um em que introduz um argumento suplementar e outro em que introduz uma correção ou retificação. Em ambos os usos, o conector, indicando rupturas enunciativas entre os argumentos que conecta, desempenha um papel estratégico. Empregando-o, o locutor busca atribuir diferentes graus de importância aos argumentos, graduar a maior ou menor amplitude de seu público-alvo, bem como poupar-se de ataques, corrigindo-se.
Téléchargements
Références
ALMEIDA, D. M. V. O marcador do discurso aliás e suas possibilidades para a língua espanhola. Entretextos, Londrina, v. 13, n. 2, p. 344-362, 2013.
ANSCOMBRE, J. C.; DUCROT, O. L’argumentation dans la langue. Liège: Pierre Mardaga, 1983.
BECHARA, E. Moderna gramática portuguesa. Rio de Janeiro: Nova fronteira, 2009.
CASTRO, M. C. L. A estratégia discursiva original do conector “aliás”. Moara, Belém, n. 8, p. 81-94, 1997.
CUNHA, G. X. A construção de imagens de si no discurso organizacional. In: TOMAZI, M. M.; ROCHA, L. H. P.; POMPEU, J. C. (orgs.). Estudos discursivos em diferentes perspectivas: mídia, sociedade e direito. São Paulo: Terracota Editora, 2016, p. 111-126.
CUNHA, G. X.; BRAGA, P. B.; BRITO, D. M. As funções figurativas do comentário metadiscursivo em debates eleitorais. Cadernos de linguagem e sociedade, Brasília, v. 20, n. 2, p. 168-187, 2019.
DUCROT, O. O dizer e o dito. Campinas: Pontes, 1987.
DUCROT, O.; BOURCIER, D.; BRUXELLES, S.; DILLER, A. M.; FOUQUIER, É.; GOUAZE, J.; SIRDAR-ISKANDAR, C. Les mots du discours. Paris: Minuit, 1980.
GOFFMAN, E. On face-work: an analysis of ritual elements in social interaction. In: GOFFMAN, E. Interaction Ritual: essays on face-to-face behavior. New York: Pantheon Books, 1967. p. 5-45.
GRICE, H. P. Logic and conversation. In: COLE, P.; MORGAN, J. L. (eds.). Sintax and semantics: Speech Acts, v. 3. New York: Academic Press, 1975. p. 41-48.
RAMOS, N. R. Usos semântico-pragmáticos de aliás: uma análise centrada no uso. 2019. 92f. Dissertação (Mestrado em Estudos de Linguagem) – Faculdade de Letras, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2019.
RAMOS, N. R. A multifuncionalidade de aliás: valores semânticos em perspectiva funcional. Working Papers em Linguística, Florianópolis, v. 21, n. 1, p. 220-240, 2020.
ROSÁRIO, I. C.; RAMOS, N. R. Aspectos morfossintáticos e usos semântico-pragmáticos de aliás - uma análise centrada no uso. Confluência, Rio de Janeiro, n. 58, p. 106-134, 2020.
KERBRAT-ORECCHIONI, C. Les débats de l’entre-deux-tours des élections présidentielles françaises: constantes et évolutions d’un genre. Paris: L’Harmattan, 2017.
KOCH, I. G. V. A inter-ação pela linguagem. São Paulo: Contexto, 1997.
KOCH, I. G. V. Introdução à Linguística Textual. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
KOCH, I. G. V. Argumentação e linguagem. São Paulo: Cortez, 2008.
KOCH, I. G. V. A coesão textual. São Paulo: Contexto, 2009.
LAROUSSE: francês-português/português-francês. São Paulo: Larousse do Brasil, 2008.
LOPES, A. C. M. Aliás: A contribution to the study of a Portuguese discourse marker. In: GHEZZI, C.; MOLINELLI, P. (eds.). Discourse and Pragmatic Markers from Latin to the Romance Languages. Oxford: Oxford University Press, 2014. p. 211-221.
LOPES, A. C. M. Texto, relações discursivas e ensino. In: LOHÖFER, A.; SÜSELBECK, K. (eds.). Streifzüge durch die Romania. Festschrift für Gabriele Beck-Busse zum 60. Geburtstag. Sttutgart: Ibidem-Verlag, 2017. p. 1-14. Disponível em: https://eg.uc.pt/handle/10316/47882.
LUSCHER, J. M. Les marques de connexion: des guides pour l’interprétation. MOESCHLER, J. et al. Langage et pertinence: référence temporelle, anaphore, connecteurs et métaphore. Nancy: Presses Universitaires de Nancy, 1994. p. 175-228.
MAINGUENEAU, D. Novas tendências em Análise do Discurso. Campinas: Pontes, 1997.
MAROTE, J. T. O. (org.). Minidicionário francês-português/português-francês. São Paulo: Ática, 2002.
MICHAELIS. D’ailleurs. São Paulo: Melhoramentos, 2021. Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/palavra/odQqo/d%E2%80%99ailleurs/.
OLIVEIRA, H. F. Os conectores reformulativos. SCRIPTA, Belo Horizonte, v. 5, n. 9, p. 229-233, 2001.
PORTOLÉS, J. Marcadores del discurso y traducción. In: PALACIOS, J. G.; FUENTES, M. T. (eds.). Texto, terminologia y traducción. Salamanca: Almar, 2002. p. 145-167.
ROSSARI, C. Les opérations de reformulation: analyse du processus et des marques dans une perspectiva contrastive français-italien. Berne: Peter Lang, 1993.
ROSSARI, C. Connecteurs et relations de discours: des liens entre cognition et signification. Nancy: Presses Universitaires de Nancy, 2001.
ROULET, E.; AUCHLIN, A.; MOESCHLER, J.; RUBATTEL, C.; SCHELLING, M. L’articulation du discours en français contemporain. Berne: Peter Lang, 1985.
ROULET, E.; FILLIETTAZ, L.; GROBET, A. Un modèle et un instrument d’analyse de l’organisation du discours. Berne: Peter Lang, 2001.
Téléchargements
Publié-e
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Tous droits réservés Gustavo Ximenes Cunha 2021
Cette œuvre est sous licence Creative Commons Attribution - Pas d'Utilisation Commerciale 4.0 International.
Les auteurs qui publient dans cette revue acceptent les conditions suivantes : a. Les auteurs conservent les droits d'auteur et accordent à la revue le droit de première publication, l'œuvre étant concédée simultanément sous licence Creative Commons Attribution qui permet de partager l'œuvre avec reconnaissance de la paternité et première publication dans cette revue. b. Les auteurs sont autorisés à assumer des contrats supplémentaires séparément, pour la distribution non exclusive de la version de l'œuvre publiée dans cette revue (par exemple, publier dans un dépôt institutionnel ou sous forme de chapitre de livre), avec mention de la paternité et de la publication initiale dans cette revue. journal. c.Les auteurs sont autorisés et encouragés à publier et distribuer leur travail en ligne (par exemple dans des référentiels institutionnels ou sur leur page personnelle) à tout moment avant ou pendant le processus éditorial, car cela peut générer des changements productifs ainsi qu'augmenter l'impact et la citation de travail publié