Fala>Ala: implicações mútuas entre fala e escrita na consolidação da consciência fonológica

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DOI :

https://doi.org/10.18364/rc.2022n63.534

Mots-clés :

processo de aprendizagem da escrita, consciência linguística, representação mental, experiência

Résumé

Este trabalho buscou investigar a relação entre o processo de aprendizagem da escrita e conhecimento fonológico dos falantes. Morais et al (1979) e Read et al (1986) observaram o desempenho de indivíduos em tarefas de segmentação de palavras e observaram que falantes que tiveram contato com a escrita alfabética tiveram melhor desempenho nas tarefas de segmentar sons das palavras do que falantes não-alfabetizados ou que tiveram exposição apenas à escrita ideográfica. Cristófaro-Silva e Guimarães (2013) sugerem que fala e escrita se implicam mutuamente, estando as duas modalidades em constante interação na construção da representação mental e, consequentemente, na emergência e consolidação da consciência linguística. A fim de investigar a relação entre a aprendizagem da escrita alfabética e o conhecimento linguístico dos falantes, um teste de segmentação de palavras com a metodologia semelhante à de Morais et al (1979) foi aplicado a estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) com diferentes graus de contato com a escrita. Para análise dos resultados, foram adotados os pressupostos dos Modelos Baseados no Uso, segundo os quais as experiências dos falantes têm impacto na construção do conhecimento linguístico. As respostas dos participantes foram submetidas a um modelo de regressão logística multinominal e os resultados mostraram uma forte correlação entre o grau de escolaridade – tomado como parâmetro para medir o grau de contato e domínio da escrita – e resposta à tarefa do teste. A partir dos resultados obtidos, argumenta-se em favor da dinamicidade da consciência linguística, sendo possível admitir que, assim como a fala interfere na aprendizagem da escrita, a construção da consciência fonológica é afetada pela aprendizagem do sistema de escrita alfabética. Assim, um maior domínio da escrita favorece não só a habilidade de segmentar palavras, como também consolidação – e r obustez – da consciência fonológica.

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Marcelo Alexandre Silva Lopes de Melo, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Professor adjunto do Departamento de Linguística e Filologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Possui graduação em Direito (2000) e Letras - Português/ Inglês (2010) pela UFRJ, mestrado (2012) e doutorado (2017) em Linguística pela UFRJ. É membro permanente do Programa de Pós-Graduação em Linguística (UFRJ), membro do GT de Sociolinguística da ANPOLL e do Programa de Estudos sobre o Uso da Língua (PEUL/UFRJ). Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Sociolinguística, atuando principalmente na pesquisa dos seguintes temas: variação e mudança linguística, percepção da variação socialmente indexada e aquisição da escrita, em especial por grupos de indivíduos periféricos.

Anderson Xavier da Silva, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Mestrando em Linguística pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e realiza pesquisa em Linguística, com foco em Sociolinguística e Modelos Funcionais Baseados no Uso, com ênfase em aprendizagem da escrita e impactos no conhecimento fonológico. Possui Formação de Professores pelo Instituto de Educação Carlos Pasquale em nível médio (2012); Graduação em Letras, Licenciatura em Português e Espanhol pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2019).

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Publié-e

2022-08-15

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