Aspectos da reanálise sintático-semântica de 'sem que' na história do português

Auteurs-es

DOI :

https://doi.org/10.18364/rc.v0i0.390

Mots-clés :

Gramaticalização, Diacronia, Junção, Concessão.

Résumé

O objetivo deste trabalho é investigar, no quadro teórico da gramaticalização (TRAUGOTT; DASHER, 2002; HEINE; KUTEVA, 2007; BYBEE, 2010, 2015) aspectos da constituição histórica da perífrase conjuncional ‘sem que’. A pesquisa é norteada pelas seguintes questões: 1) que propriedades da preposição sem autorizam a regência da proposição em ‘que’ e a posterior reinterpretação como perífrase conjuncional? 2) considerando que a preposição sem mostra um esquema cognitivo espacial particular, em termos de ‘concomitância negativa’, e considerando que ‘sem que’ expressa, dentre outros significados, aquele de concessão, como justificar o trânsito entre os significados fonte e alvo? A investigação é conduzida em perspectiva diacrônica, fundada em um ‘corpus’ de textos representativos de diferentes estados do português. Os resultados evidenciam que propriedades sintático-semânticas de ‘sem’ tiveram relevância para a reanálise de ‘sem que’ e que coexistiram expansões contextuais do núcleo semântico de ‘concomitância negativa’ em direção aos domínios de modo, condição e concessão.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Biographie de l'auteur-e

Sanderléia Roberta Longhin, Universidade Estadual Paulista - UNESP

Doutora em Linguística pela Universidade de Campinas, com pós-doutorado em Linguística na Eberhard Karls Universität Tübingen e na Università di Genova. É docente na Universidade Estadual Paulista, campus de São José do Rio Preto, e bolsista de produtividade em Pesquisa do CNPq. Desenvolve trabalhos na linha Variação e Mudança Linguística sobre os temas: funcionalismo, gramaticalização e junção.

Références

BARRA-JOVER, Mario. Propiedades léxicas y evolución sintáctica. El desarrollo de los mecanismos de subordinación en español. A Coruña: Toxoutos, 2002.

BARRA-JOVER, Mario. Des contraintes générales romanes sur la construction préposition/adverbe + que et les particularités évolutives du français. In: Jacob, Daniel & Ploog, Katjia (eds). Autour de que – El entorno de que. Peter Lang, p. 19-46, 2013.

BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 37. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.

BERTOCCHI, Alessandra & Maraldi, Mirk. Conditionals and concessives. In: Baldi, Philip & Cuzzolin, Pierluigi (Eds). New perspectives on historical latin syntax: Complex Sentences, Grammaticalization, Typology, Vol. IV. Berlin: De Gruyter Mouton, p.93-193, 2009.

BYBEE, Joan. Language, usage and cognition. Cambridge: Cambridge University Press, 2010.

BYBEE, Joan. Linguistic change. Cambridge: Cambridge University Press, 2015.

CAMARA, Joaquim Mattoso. História e estrutura da língua portuguesa. Rio de Janeiro, 1975.

CRUSE, Alan. A glossary of semantics and pragmatics. Edinburgh: Edinburgh University Press, 2006.

CUNHA, Celso & Cintra, Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.

ERNOUT, Alfred & Meillet, Antoine. Dictionnaire etymologique de la langue latine: histoires des mots. Paris: Librairie Klincksieck, 1951.

GAST, Volker. An exploratory, corpus-based study of concessive markers in English, German and Spanish. In: Loureda, Óscar et al. (eds) Empirical studies of the construction of discourse. Amsterdam / Philadelphia: John Benjamins Publishing Company, 2019, p. 151-191.

HANSEN, Maj-Britt Mosegaard & Visconti, Jacqueline (Eds.). Current trends in diachronic semantics and pragmatics. Emerald Group Publishing Limited, 2009.

HANSEN, Maj-Britt Mosegaard. A pragmatic approach to historical semantics, with special reference to markers of clausal negation in Medieval French. In: Allan, Kathryn & Robinson, Justyna (Eds). Current Methods in Historical Semantics. Berlin: De Gruyter Mouton, 2011, p. 233-257.

HARRIS, Martin. Concessive clauses in English and Romance. In: Haiman, John & Thompson, Sandra (Eds.). Clause combining in gramar and discourse. Amsterdam/Philadelphia: John Benjamins Publishing, p.71-99, 1988.

HEINE, Bernd & Kuteva, Tania. The genesis of grammar: a reconstruction. New York: Oxford University Press, 2007.

HERMAN, József. La formation du système roman des conjonctions de subordination. Berlin: Akademie-Verlag, 1963.

HERRERO-RUIZ, Javier. Sintaxis histórica de la oración compuesta en espanol. Madrid: Editorial Gredos, 2005.

HOPPER, Paul. On some principles of grammaticization. In: Traugott, Elizabeth Closs & Heine, Bernd (Eds). Approaches to Grammaticalization. Amsterdam: John Benjamins Publishing, p. 17-35, 1991.

ILARI, Rodolfo et al. A preposição. In: Ilari, Rodolfo (org) Palavras de classe fechada. São Paulo: Contexto, p.163-310. 2015.

KABATEK, Johannes. Tradições discursivas e mudança linguística. In: Lobo, Tânia et al. (Org.). Para a história do português brasileiro. Salvador: Editora da UFBA, p.505-527. 2006.

KEWITZ, Verena et al. As preposições: aspectos históricos e usos atuais. In: Lopes, Célia Regina dos Santos (Org.) História do português brasileiro: mudança sintática das classes de palavra. São Paulo: Contexto, p. 294-383. 2018.

KÖNIG, Ekkehard. On the history of concessive connectives in English: diachronic and synchronic evidence. Lingua, 66: p.1-19. 1985.

KORTMANN, Bernd. Adverbial subordination: a typology and history of adverbial subordinators based on European languages. Berlin/New York: Mounton de Gruyter, 1997.

KURY, Adriano. Português básico: Gramática, Antologia, Exercícios. Rio de Janeiro: Agir, 1962.

LATOS, Agnieszka. Concession on diferent levels of linguistic connection: typology of negated causal links. Newcastle working papers in linguistics, 15: p. 32-103. 2009.

LYONS, John. Semantics. Cambridge: Cambridge University Press, 1977.

MAURER, Theodoro Henrique. Gramática do latim vulgar. Rio de Janeiro: Livraria Acadêmica, 1959.

MOESCHLER, Jacques & Spengler, Nina. La concession ou la refutation interdite: approches argumentative et conversationnelle. Cahiers de linguistique française, 4: p. 7-36. 1982

MONTERO CARTELLE, Emilio. La importancia del modo en la evolución de la expressión concesiva. Actas del V congreso internacional de historia de la lengua espanola. Gredos: Valencia, p. 795-801. 2000.

NEVES, Maria Helena de Moura. Gramática de usos do português. São Paulo: Editora da Unesp, 2000.

PANDER MAAT, Henk. Two kinds of concessives and their inferential complexities. In: In: Knott, Alistair et al. (eds.) Levels of representation in discourse. Edinburgh: Human Communication Centre, p. 45-54. 1999.

PONS RODRÍGUEZ, Lola. Notas sobre os nexos concessivos en los romanceamientos bíblicos medievales. In: Enrique-Arias, Andrés (Ed.). Diacronía de las lenguas iberorománicas: nuevas aportaciones desde la linguística de corpus. Madrid: Iberoamericana/Vervuert, p.305-324. 2009.

RAMOS, Marta Anaísa Bezerra & Silva, Camilo Rosa. A função juntiva da preposição sem: especialização de uso em orações adverbias reduzidas de infinitivo. Gragoatá, 40, p. 273-294. 2016.

ROCHA LIMA, Carlos Henrique da. Gramática normativa da língua portuguesa. Rio de Janeiro: José Olympio, 2006.

ROMERO, Nanci. Gramaticalização, lexicalização e semanticização de com e sem. In: Castilho, Ataliba Teixeira de (Org.). História do português paulista. Campinas: Editora da Unicamp, p.519-557, 2009.

RUDOLPH, Elisabeth. Contrast: adversative and concessive expressions on sentence and text level. Berlin/New York, Mouton de Gruyter, 1996.

SOUTET, Olivier. Des concessives extensionnelles aux concessives simples: contribution à l’étude de la genèse sémantique et historique des locutions conjonctives concessives du français, LINX, 59, p. 115-132. 2008.

STALNAKER, Robert. Pragmatics. In: Davison, Donald & Harman, Gilbert (Eds.) Semantics of natural languages. Dordrecht: Reidel, p.380-397, 1972.

TRAUGOTT, Elizabeth. Pragmatics and language change. In: Allan, Keith & Jaszczolt, Kasia (Eds) The Cambridge handbook of pragmatics. Cambridge: Cambridge University Press, p.549-566, 2012.

TRAUGOTT, Elizabeth & Dasher, Richard. Regularity in semantic change. Cambridge: Cambridge University Press, 2002.

WALTEREIT, Richard. On the origins of grammaticalization and other types of language change in discourse strategies. In: Davidse, Kristin et al. Grammaticalization and Language Change: New reflections. Amsterdam/Philadelphia: John Benjamins Publishing, p.51-72, 2012.

Téléchargements

Publié-e

2020-09-04

Numéro

Rubrique

Article