Usos e funções de ‘praticamente’: de advérbio de modo a angulador
DOI :
https://doi.org/10.18364/rc.v0i0.350Mots-clés :
Praticamente, advérbio de modo, angulador, linguística cognitiva, teoria dos espaços mentais.Résumé
Este estudo sobre usos e funções de ‘praticamente’ baseia-se em dados contemporâneos do português brasileiro em uso, coletados em diversos sites da internet e no ‘Corpus do português’, e fundamenta-se nos pressupostos teóricos da Linguística Cognitiva, em especial, da teoria dos espaços mentais. Em análise quantitativa (em termos percentuais) e qualitativa dos dados, demonstra que ‘praticamente’: (i) constitui um recurso à disposição dos falantes, que tendem a utilizá-lo em situações em que expressam uma opinião; (ii) atribui algum grau de imprecisão aos significados e, assim sendo, afrouxa o comprometimento com o estatuto de verdade do que está sendo enunciado, atuando na preservação da face dos envolvidos no ato comunicativo; e (iii) tende a ocorrer estabelecendo relação entre entidades pertencentes a uma mesma categoria e inseridas em um mesmo “frame”.Téléchargements
Références
AULETE, Caldas. Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa. 2. ed. Rio de Janeiro: Delta, 1963.
ALMEIDA, M. L. L. Viveré uma forma de enferrujar: estudo de anguladores em semântica cognitiva. In: VALENTE, A . (Org.). Língua, linguística e literatura. Rio de Janeiro: EdUERJ, p. 253-260, 1998..
ALMEIDA, M. L. L. Processo de mesclagem em anguladores no português do Brasil. Veredas: Revista de Estudos Lingüísticos. Juiz de Fora, v. 3, n. 1, p. 129-142, jan./jun. 1999.
ALMEIDA, M. L. L. Anguladores: a categoria e sua relação com a modalidade. Projeto de Pós-doutorado, 2004. Mimeo.
ALMEIDA, M. L. L. A linguística sociocognitiva e os anguladores: uma nova perspectiva para fenômenos tidos como marginais. In: HENRIQUES, C. C. & SIMÕES, D. (Org.). Língua Portuguesa: reflexões sobre descrição, pesquisa e ensino. Rio de Janeiro: Ed Europa, p. 56-67, 2005.
BROWN, P. E LEVINSON, S. C. Politeness: some universals in language usage. Cambridge: Cambridge University Press, 1987.
DORNELAS, Aline Bisotti. Construções de movimento fictivo em português do Brasil: cognição e corpus. Juiz de Fora: Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Juiz de Fora, 2014.
COSTA, Agenor. Dicionário de sinônimos e locuções da língua portuguesa. São Paulo: Editora Fundo de Cultura, 1967.
DUQUE, P. H.; COSTA, M. A. Linguística Cognitiva: em busca de uma arquitetura de linguagem compatível com modelos de armazenamento e categorização de experiências. Natal: EDUFRN, 2012.
FAUCONNIER, Gilles. Espaces mentaux: aspects de la construction du sensdans les languesnaturelless. Paris: Les Editions de Minuit, 1984.
FAUCONNIER, Gilles. Mental spaces. Cambrigde: Cambridge Univerty Press, l994.
FAUCONNIER, Gilles. Mappings. Cambridge: Cambridge University Press, 1997.
FAUCONNIER, Gilles; SWEETSER, Eve. Spaces, worlds and grammar. Chicago: The University of Chicago Press, 1996.
FAUCONNIER, G.; TURNER, M. The way we think: conceptual blending and the mind’s hidden complexities. New York: Basic Books, a Member of the Perseus Books Group, 2002.
FERRARI, Lilian. Introdução à linguísticacognitiva. São Paulo: Contexto, 2016.
FILLMORE, C. J. Frame Semantics. In: THE LINGUISTIC SOCIETY OF KOREA (Org.). Linguistics in the morning calm. Seoul: Hanshin, 1982.
HYLAND, K. Persuasion and context: the pragmatics of academic metadiscourse. Journal of curriculum studies. vol. 30, p. 437-455, 1998.
HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles. Dicionario Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2009.
LAKOFF, George. Hedges: a study in meaning criteria and the logic of fuzzy concepts. Papers from the Eighth Regional Meeting of the Chicago Linguistic Society, p. 183-228, 1972.
LAKOFF, George. Hedges: A Study In Meaning Criteria And The Logic Of Fuzzy Concepts. Journal of philosophical Logic, n. 2. p. 458-508, 1973.
LAKOFF, George. Women, fire and dangerous things: what categories reveal about the mind. Chicago: Universityof Chicago Press, 1987.
LAKOFF, G.; TURNER, M. Morethan cool reason: a field guide to poetic metaphor. Chicago: University of Chicago Press, 1989.
MORAES DE CASTILHO, C. M. Os delimitadores no português falado no Brasil. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, Dissertação de Mestrado, 1991.
ROSCH, Eleonor. Principles of categorization. ROSCH, E.; LLOYD, B. (ed.). Cognition and Categorization. Hillsday / New Jersey: ErlbaumAss, p. 27-48, 1978.
SALOMÃO, Maria Margarida Martins. O processo cognitivo da mesclagem na análise linguística do discurso. Rio de Janeiro/Juiz de Fora: Projeto Integrado de Pesquisa. 1999.
SILVA, Elaine Pereira da. Internet tipo net: um estudo da palavra tipo com ênfase na função anguladora. . Niterói: Universidade Federal Fluminense, Dissertação de Mestrado, 2015.
SOARES DA SILVA, Augusto; BATORÉO, Hanna. Gramática Cognitiva: estruturação conceptual, arquitetura e aplicações. In: BRITO, A. M. (org.) Gramática: história, teorias, aplicações. Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto, p. 229-251, 2010.
TOMASELLO, Michael. Constructing a language: a usage-based theory of language acquisition. Massachusetts: Harvard University Press, 2005.
Téléchargements
Publié-e
Numéro
Rubrique
Licence
Les auteurs qui publient dans cette revue acceptent les conditions suivantes : a. Les auteurs conservent les droits d'auteur et accordent à la revue le droit de première publication, l'œuvre étant concédée simultanément sous licence Creative Commons Attribution qui permet de partager l'œuvre avec reconnaissance de la paternité et première publication dans cette revue. b. Les auteurs sont autorisés à assumer des contrats supplémentaires séparément, pour la distribution non exclusive de la version de l'œuvre publiée dans cette revue (par exemple, publier dans un dépôt institutionnel ou sous forme de chapitre de livre), avec mention de la paternité et de la publication initiale dans cette revue. journal. c.Les auteurs sont autorisés et encouragés à publier et distribuer leur travail en ligne (par exemple dans des référentiels institutionnels ou sur leur page personnelle) à tout moment avant ou pendant le processus éditorial, car cela peut générer des changements productifs ainsi qu'augmenter l'impact et la citation de travail publié